Autogeração de energia estimula mercado de usinas eólica e solar
O investimento em fontes alternativas de energia, mais limpas e sustentáveis, vem se tornando cada vez mais comum entre empresas de diferentes segmentos. Por meio de projetos Geração Distribuída de Energia (GDE), modalidade que descentralizou a geração de energia, ao permitir a produção pelo próprio consumidor, ou seja, a autogeração, pessoas físicas e jurídicas têm estimulado o mercado de usinas solares e eólicas. Como resultado, no ano passado, o Brasil atingiu a marca de 92% de geração de energia a partir de fontes renováveis, o maior índice já registrado pelo país.
A marca foi alcançada devido à recuperação do nível dos reservatórios de água das hidrelétricas, mas também pela disseminação de outras fontes. Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a participação das usinas hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa no total de energia gerada pelo Sistema Interligado Nacional (SIN) atingiu o maior nível dos últimos 10 anos.
Primeiramente definida em decreto lei de 2004 e, posteriormente, por uma série de resoluções normativas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a GDE viabilizou vários empreendimentos, alguns de grande porte, construídos para a produção e comercialização de energia, que têm sua produção injetada na rede e distribuída pelas regiões do país por meio do SIN.
Autogeração como estratégia ESG
A autogeração atende à agenda ESG das empresas, ao combinar políticas sustentáveis e aumento de competitividade, um dos maiores desafios dos negócios que pretendem continuar existindo em um futuro próximo. Vale lembrar que o conceito de governança ambiental, social e corporativa se tornou um pilar no mundo empresarial, fundamental para atrair investimentos, manter a reputação e boa relação com os consumidores e parceiros do negócio.
Além de ser vantajosa para produtores e consumidores, a energia gerada nas usinas eólica e solar tem baixo impacto ambiental. No Brasil, por exemplo, a maior parte da energia é oriunda de hidrelétricas, cuja fonte é limpa, mas que tende a ficar ainda mais cara, pois está ameaçada por secas rigorosas devido às mudanças climáticas.
Essa busca cada vez mais necessária por sustentabilidade e redução de custos tem feito com que operadoras do setor de telecomunicações invistam neste segmento. A TIM desenvolve um projeto de GDE, que promove o abastecimento da rede com a utilização de usinas de energia renovável arrendadas de parceiros.
TIM terá 100 usinas de fontes renováveis até o fim do ano
Somente no primeiro trimestre de 2023, a TIM incorporou 15 novas usinas ao seu projeto de geração distribuída. Elas produzem, no total, 3.000 MWh, o suficiente para abastecer mais de 1,6 mil antenas. Localizadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, as novas unidades se somam às demais 49, totalizando 64 usinas, que produzem 50% do consumo total da empresa. Até o fim do ano, a companhia planeja contar com 100 unidades alimentando suas operações em 24 estados, além do Distrito Federal. Atualmente, a empresa conta com 18 parceiros produtores de energia, sendo 80% do total da planta de energia solar, mas também há usinas hídricas e de biogás.
Em 2021, a companhia alcançou a marca de 100% de energia limpa em seu consumo total, reflexo de investimentos iniciados em 2017. O resultado e a sua manutenção são possíveis graças à estratégia ESG da empresa. Parte do consumo da companhia, quase 80% ao ano, vêm de fontes renováveis, oriunda das usinas. O restante é complementado com aquisição no mercado livre e compra de certificados de energia renovável (I-REC). Cada certificado garante que 1 MWh foi injetado no sistema interligado nacional a partir de uma fonte de geração de energia renovável, compensando o consumo proveniente de fontes não renováveis e garantindo que o sistema como um todo seja cada vez mais abastecido de energia limpa.
“A aquisição de certificados e a compra no mercado livre complementa nossa estratégia e, ao mesmo tempo, fomenta a produção de energia limpa no setor elétrico brasileiro, gerando um círculo virtuoso para toda a sociedade”, explica Bruno Gentil, vice-presidente de Recursos Corporativos da TIM.
As comunidades vizinhas às usinas também se beneficiam com o projeto, que incentiva a criação de postos de trabalho, voltados para a construção e a manutenção das usinas. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), cada megawatt de energia solar instalada abre 30 novos empregos. Além disso, a carga gerada para alimentar torres e antenas é compartilhada com a população dos municípios.
A autogeração atende à agenda ESG das empresas, ao combinar políticas sustentáveis e aumento de competitividade, um dos maiores desafios dos negócios no mundo atual
Cadastre-se e receba alertas de novidades de todo o Universo TIM
